BEBETE BEZOS

(Mauricio Salles Vasconcelos)

Episódio 7

Em andamento de folhetim, segue no LÁPIS o Post Tela-Romance Bebete Bezos (Episódio 7).

O projeto se centra numa recriação, no feminino, de Beto Rockfeller (telenovela emblemática de Bráulio Pedroso), acrescida de motivos romanescos extraídos de autores como José Agrippino de Paula, Alfred Döblin, Robert Musil e Witold Gombrowicz. Em pauta, se encontra uma atualização de personagens do século XX instalados na época multimidiática gravitada em torno dos domínios de imagem/influência tal como configura Jeff Bezos (em correspondência neomilenar com o que Nelson Rockefeller exercia sobre o protagonista de Bráulio Pedroso, nos anos 1960, por força do poder econômico).


Mauricio Salles Vasconcelos

Como se estivesse numa seleção das peças Sancho Hoisel (trabalho do dia-a-dia), a ex-funcionária do Segmento-Moda passa a combinar espaços e atuantes. De acordo com o que se fala e compõe matéria de exposição.

Em especial, quando o perfil documental alcançado pela revista Maga Mega encontra numa nascente Event Designer uma encruzilhada palpitante de fatores não reciclados dos anúncios reincidentes da opinião informatizada (vinda pelo simples acesso a uma página volante inseparável da visão tela sobre tela). Tudo se faz ao vivo, enquanto é dito.

Confronta o limite de uma imagem já incorporada aos olhares das multidões mais reclusas –

 

Mar Aberto MALL – Loja Barra da Tijuca

         Apresenta Lançamento do Número-Documentário

De MAGA MEGA MAGAZINE

        Performance de Boriska e Cid (Crimes da Cidade)

                   Em OS CATADORES DE ESPINHOS

                 

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Pela primeira vez em cena concebida por ela mesma, Bebete não vê seu nome no convite carioca. Logo a responsável por reformular o Ato do amigo de nascença em parceria com Boriska, transformer das teatralidades em vigor.

Está começando a ser colocada à vista, ainda sem uma assinatura inscrita. *Não cessa de dizer para si a cada movimento dos preparativos*

 

 Assessora tão somente o timbre BORISKA. Apenas no final da apresentação será mencionada sua inicial incursão nos projetos de cenas e congraçamentos. (FICHA TÉCNICA COMPLETA no instante dos agradecimentos, ao fim de tudo que será visto.

Concepção Cênica por Bebete B).

 

Decisivo, então, que tudo transcorra de um modo claramente relacionado (mesmo sendo ela o fundamento do Espetáculo em Amostra RJ, BB se encontra por ora no backstage, numa espécie de compartimento/provador de uma butique onde agora parece preparar uma veste destinada a si mesma)

*Decisivo, então, que tudo transcorra, a contar da pauta executada pela nova funcionária, em fase-de-teste na Empresa K., segundo a mulher-dirigente (diligente observadora do Ato)   Logo ali na Borda da Barra – *

 

Um programa seguido em conjunto (por Boriska, Cid mais o filho Cauê, constante companhia/criança em sua guarda, e, naturalmente, Bebete Bartolomeu se tornando Bezos em designação dos mais chegados). Não ao acaso, Invent and Wander (Amazon Manual em forma de livro-testemunho) surge como um referencial exclusivo, seguido à risca, posto em ato, pela proeminente garota dos Projetos Karam.

O motivo-guia do aparato cênico montado no Mall MAR ABERTO vem de um entrecho Bezos extraído lá do livro-chave

 

Há uma chave-charada no que diz o trecho  and we believed passionately in the “land rush” metaphor for the Internet

(with a long enrough financing runway)

 

*

A terra toda se torna mais veloz – uma corrida do ouro por metáforas em tempo real, traduções hora a hora para avalanches de vias visualizadas à altura dos olhos mais distanciados do planeta –

 

Sim, a informação (é o que se vê, logo vence como realidade à venda) –

Infovertente vira infra indício dos locais impossíveis, inseridos sejam como for num mesmo tempo – Impõe sua contraface presencial.

 

– Daí, ser o que se performatiza uma amostragem em tempo real: trilha simultânea indispensável para a revista Maga Mega.

/Bebete pôde sustentar diante de Odila K. sua convivência com linhas de ação provindas da oculta assessoria-faxina nos ambientes de V. Florestano contíguos ao livro produzido entre ditado e anotação direta. Com o acréscimo das páginas marcadas (em volumes, versões orais, insights infindos) por Vix, redatora anônima da coluna Infológica (Caderno “Estampa”, Jornal Pauta País), companheira de habitação (desde sempre, imprecisa adolescência/adulta condição posta para fora da família)/

Como consta dos ditos e escritos de Jeff B. –

 

 There a lot of entrepreneurs (...) Very few ever have, you know, the planetary alignment that leads to a tiny complete company grow

          (...)

 

So that requires not only a lot of planning a lot of hard work, a big team of people who are all dedicated, but it also requires that not only the planet align, but that, you know

 

But that, you know, you get a few galaxies in there align too

 

“Um segundo de interrupção na frase surgida de algo dito por Jeff Bezos aponta para qualquer “você que sabe”

Um interlocutor não pensado, implícito (incorporado à letra do livro)”

 

Uma performance envolve – muito mais do que o test drive de um desempenho, de uma obra a ser aprovada por multidões a serviço de um juízo (“gosto geral” em pressuposta coesão ou coerção) –

Envolve

A passagem entre o que se emite e imediatamente põe como matéria visível. Não sobrevive sem o momento único daqueles de corpo presente prontos para assistir a

 

Algo

     Afluências/Gostos/Aptidões (tal como reza nos manuais de Bezos, inseparáveis de seus repertórios em oferta, um desenho, desígnio de coisas destinadas a um diverso conjunto humano)

 

Uma revista (Maga Mega, grande exemplo aqui tomado) nunca se afasta de um rol repentino a ser provocado presencialmente

 

Ono, Yoko

Baltar, Brígida

Cardiff, Janet São 3 mulheres de imagem e inscrição direta em cenários presenciados por corpos inteiros de pessoas (dentro ou fora de museus, galerias ou giros de impressos instantaneamente transmitidos para a vida presente reunida

Seja onde for)

 

Galáxias se alinham de um modo não corporativo, massivo, previamente empresariado

(Até mesmo o nome-senha Performance repetido para tudo pode se esgarçar, destituído de

 

Elo planetário, um plano tomado do mais básico gesto, palco-terra)

 

LAND-RUSH

 

                  $$$$$$$$$$$$$$$$$$

 

Velocidade real da Rede transmitida para aquela (reunião, rol sem mais o nome Rede) corporal, a mais contingente do cotidiano terreno, espraiada para lugares não conexos

 

“Indispensável, ser adicionado à diretriz INVENT AND WANDER manual/volume-de-bolso de Bebete o dispositivo performático legado por Vange Florestano

 –  A tríade feminina composta por Yoko Ono, Brígida Baltar e Janet Cardiff, estudada pela Professora da Universidade Nacional, provém da casa-estúdio. Lugar mais e mais pontual: onde B Bezos atuou como secretária e faxineira conjuntamente. Bem ali reside o nó de sua existência (o velado liame pregresso) –

 

Sob a ostentação da matriz femina em trio (Yoko/Baltar/Cardiff), a garota em exposição torna oculta a referência de Florestano ao dispor da proposição norteadora do Ato.

Como se fosse material de uma investigação inteiramente sua. No mesmo movimento em que concepção e apropriação se tornam indistinguíveis, falseia-se o dado que ela é formada em Artes, Tecnologia e Performance pela mesma Universidade Nacional.

Uma vez – era uma vez (vindo daí “seu princípio”) – que bastante ligada a V Florestano, o fato de estar cursando pós-grad naquela instituição pouco importava a respeito de quem agia e participava de cursos/conferências/atos como uma pontuada presença.

Porque B.B aparecia mais do que uma assistente, aluna, até desenhar uma figura suplementar de Happenings e Happy Hours Culturais.

À parte, compunha a performance model. (Dizia para si mesma o termo em inglês de forma a constituir uma materialização de seu pensamento interligado a qualquer gesto em meio a muitas pessoas reunidas).

Ao mesmo tempo, há um backing vocal a fazer cerco. Quanto mais fica desenvolta a garota das citações e organizações imediatas de cena:

“Nunca saio da posição de caixeira de butique, demonstradora, opinadora do que vira veste e se desnuda entre provadores/cabines”

 

                       &                    &

 

/É o que não deixa de pensar. Pois não foi por conta de seu último serviço a cenografia básica do Show Mall Rio de Janeiro? Não lhe é atribuída a elaboração dos gestuais de Boriska e Cid no interior de cabines?/

 

No decorrer dos preparativos da apresentação, não para de contar, numa forma vocal obsedante, para si mesma de um modo a um só tempo inútil e inamovível

 “De onde acabou de vir: da arrumação de depósitos de corte & costura, entre vendas e sugestões de vestimentas. Tenho uma só energia, um empenho único, alternando apenas os lugares”.

 

Em prolongamento à faxina diária no ap-célula da Mestra da Performance, enquanto a auxiliava na redação do livro Artes/Atos nunca findo. *Este volume, aqui comigo, onde dou sequência ao que não houve tempo para ser escrito

(Bloco contíguo ao aprendizado auxiliar assessoramento faxina de uma casa, caixa de performers tão urgentes quanto antigas)

 

Passo a intitular o caderno/coleção do esparso e do “expandido” – entre vivência e voltagem muito alta de frequência nas Cabines Karam

 

BEBETE BEZOS (em surdina, sublegenda de um vistoso adendo a um sempre anterior Livro)*


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Na plateia, Anésia, a secretária fidelíssima de Odila Karam, em viagem para o Rio, tem como parceiro também bastante fiel o organizador de eventos Maga Mega, Edwin. Os dois “não se desgrudam” –  O pessoal da Empresa K não deixa de definir assim o que são Anésia-Edwin numa acoplagem aberrante, à maneira de um impressivo “grude”.

Algo impossível de ser assimilado em nome de amor absurdo, de tesão enrustido, em desvio evidente. Seja o que for de magnético ou problemático, transfer ancestral familiar de mãefilhofilamentofêmea inseparável ou simplesmente “cacho” gorado no gozo. Em especial, quando se têm em conta a idade avançada daquela senhora e a orientação sexual do quase anão cinquentão.

São eles mesmos, os inseparáveis funcionários dos corredores paulistanos, que cuidam de observar in loco, na Barra, os instantes finais da montagem da cena para efetuar o sinal-start de Os Catadores de Espinhos –

 

Anésia-Edwin testa a iluminação das cabines onde Boriska, Cid e, numa surpresa de última hora imaginada por Bebete, o garoto Cauê (todos em trio) estarão num jogo de mãos e multiplicação de presenças.

O gesto nuclear da apresentação envolve massagem e sacrifício no transcurso (entreatos) de uma a outra cápsula-cabine.

 

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A criança se postará na abertura das 3 partes do Ato/Apronto distribuídas pelos compartimentos/provadores (extraídos da passagem de B B por butiques, sem pouso fixo).

Assinalado fica como mestre-de-cerimônias (MC, sem o concurso do som rapper) O filho q podia ter gerado com Cid, num dos gozos em correria com seu primeiro homem, na caminhada que vai da Igreja deserta até o beco psicótico de crack e esfaqueamentos onde Sra Lora montou uma tenda NeoKardec

(Mais outro lugar de encapsulamento para exposição e cura, retiro e provação)

 

A concepção da cabine para o Instante-Perform vem, também, da pequena casa caiada de branco escondida por muro com cacos-de-vidro. Justo onde a Tenda de Sra Lora ainda tem atendimento, assistência aos brutalizados habitantes do Entorno

Fundo de lugar para as previsões de uma Sra em estado exasperado de antecipação. Entre a truculência em vigor no Território-Bairro e o Imaterial invocado como forma de ingresso, imersão por ocultamento, fuga urgente Ao PERISPÍRITO

Iniciação (Na Periferia)

Ou Introito  –  Em qualquer parte do mundo, pelo meio (única medida). Por mutilação do que é vivo (verídico); quando não estiramento a um inexistente infinito, interferente de segundo a segundo até ser de Segunda-Mão (toda original existência),

Desde o Início – Crucilândia – ainda está em pauta

Ninguém cessa de ser tentado (mesmo que por si mesmo) à exigência de uma exposição

 

Chance

Chancela

A chave se encontra no chamado a uma charada

               Em progresso, rebatida pelo que acabou de passar e toma todo tempo, sem trégua, cada vez mais (uma volta para trás, de maneira a ter continuidade)

 

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EIS O QUE ESTÁ ESCRITO                  EXPOR CHAVE-

                                                                             CHARADA

                                                                                     Chance Última

EM DISPLAYS assim que o breu

Inicial do Ato é dissipado